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sábado, 31 de março de 2012

Estudantes prestigiam reabertura de maloca no Inpa

Sec. em exerc. da Seind, José Mário (ao lado do deputado Luiz Castro) e alta cúpula do Inpa, na reabertura da maloca. Foto: Ascom/Seind

Por: Isaac Júnior

Em uma cerimônia que reuniu estudantes de escolas das redes pública e privada de ensino, além de indígenas, o Governo do Amazonas e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) reabriram, neste sábado (31), a “Maloca Intercomunitária Indígena”. A ação fez parte das comemorações do aniversário de 17 anos do Bosque da Ciência, completados neste domingo, dia 1º. de abril.
Alunos ficaram curiosos para ver os produtos em exposição

Construído em outubro de 2006, o já conhecido “centro de referência indígena” localizado nas instalações do Inpa é formado por exposição de produtos artesanais e manifestações culturais. São oito metros quadrados de área, ocupada por seis organizações indígenas e com espaço permanente no Bosque da Ciência.

A reabertura da maloca foi realizada com as presenças do secretário em exercício da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), José Mário Mura; do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Luiz Castro (PPS); e do diretor em exercício do Inpa, Estevão Monteiro. “É um espaço de suma importância na questão de geração de renda para as comunidades, que também serve de referência para o gringo e de divulgação do trabalho realizado pelos próprios povos indígenas”, destacou José Mário. Ele apontou a parceria da Seind com o Inpa, como fator positivo na aproximação das ciências tradicionais indígenas e não indígenas.
Dona Deulinda apresentou a maloca reformada ao sec. em exercício da Seind, José Mário

Para Estevão Monteiro, o trabalho realizado na maloca vai além da integração dos povos indígenas com a sociedade em geral. “É uma prova de que o conhecimento tradicional precisa ser cada vez mais reconhecido”, disse o diretor.

Coordenada pela Seind e em ritmo de puxirum (termo indígena que significa trabalho comunitário), a reforma começou no último mês de dezembro e terminou na segunda quinzena de março.

Fortalecimento
Além das manifestações culturais, os indígenas começaram a retomar a exposição de artesanato, com o objetivo de fortalecer organizações como a de dona Deulinda Prado, 71, do povo Dessano. Oriunda de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), ela foi a primeira coordenadora da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn). Entidade completou 25 anos no último dia 27 e é formada por 49 associadas. Desse total, aproximadamente 20 delas trabalham com o artesanato que é exposto na maloca.

Entre os produtos mais procurados estão os cestos feitos com palhas de arumã e os colares de tucum. Os preços variam de cinco a 30 reais. “Tudo que é arrecadado é contabilizado pela própria Amarn e o benefício chega até os indígenas do rio Negro, pois eles nos fornecem a matéria-prima”, observou Deulinda.

A estudante Cristiana Pontes, 16, aproveitou a presença na maloca para presentear a colega de sala Ana Cristina, que comemorou aniversário na última terça-feira. “Estou dando esse brinco para ela, que tem um toque diferente do que a gente costuma ver por aí”, elogiou a aluna, que cursa o terceiro ano do ensino médio no colégio Santa Dorotéia.
Estudante Cristiana Pontes (esq.) presenteia a amiga com um brinco indígena

Outras organizações
As outras organizações indígenas que se revezaram no trabalho de reforma e que estão com produtos na maloca localizada no Inpa são: Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism), Associação Wotchimaucü, Associação das Artesãs Poteriharã (APN), Associação Bayaruá e Associação Kotiria, do povo Wanano.
Deputado Luiz Castro não somente prestigiou a reabertura, como também decidiu comprar um cesto

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